Existem diferenças óbvias entre a abordagem inatista-maturacionista e a comportamentalista.
A primeira é genética e hereditária, ou seja, ocorreria de qualquer forma,
independente do meio. A outra é induzida pelo ambiente; o mundo ao redor se
torna o definidor do comportamento.
É possível encontrar
fundamento em ambas, no entanto há certa rivalidade entre elas; para que uma teoria
possa se tornar verídica a outra teria que ser “anulada”.
O inatista acredita
que o ser já nasce pronto, com um “dom”, e busca trabalhar as aptidões dos
alunos, destacando o talento nato, descobrindo as dificuldades, mas ao mesmo
tempo desacredita que possa contribuir para o aprendizado das crianças que não
possuem a carga genética necessária. O professor não consegue ver o estudante
como um ser que está em constante mudança ou que possa aprender outras coisas
além das que tem competência.
Por outro lado, o
comportamentalismo ou behaviorismo é definido por John Broadus Watson, o pai
desta teoria, como um ramo experimental e puramente objetivo da ciência
natural. Sua meta é a previsão e o controle da conduta humana. Visa a
doutrinação, usando estímulos, positivos ou negativos, para gerar respostas do
individuo.
Em sala de aula, a aplicação radical de uma dessas abordagens poderia ser fatídica e
causar danos psicológicos aos alunos que dificilmente seriam superados.
O inatista pode ressaltar os
“talentos” ou os “dons” dos alunos, mas inibe ou até mesmo impede que a criança
se desenvolva nas modalidades em que têm mais dificuldade. O professor deixa de
ajudar o aluno com algum bloqueio e se preocupa apenas com outros que tem “capacidade”
de aprender, atrasando ainda mais o aprendizado da grande maioria. Por falta de
incentivo em sala de aula o aprendiz acaba desistindo e abandona a escola.
Já o comportamentalista age
inversamente, pois com seu tratamento rígido acaba bloqueando o estudante, que
teme ser recriminado. O aluno passa a achar que deve corresponder às
expectativas do mestre. A classe começa a caçoar dos que falham, cria-se
rivalidade e competição entre eles, o que pode gerar a exclusão dos alunos “problemáticos”.
Tentar manter a ordem através de uma metodologia ditatorial pode ser, nos dias
de hoje, arriscado para o professor e toda a turma, além de ser um dos meios
menos eficazes de guiá-los ao conhecimento.
Porém, não existe apenas pontos
negativos nessas teorias, há situações nas quais elas podem ser usadas positivamente,
desde que corretamente aplicadas, ou seja, sem radicalismo. Apoiar uma criança
em uma atividade na qual tem aptidão é essencial para que ela se sinta motivada
a fazê-lo cada vez melhor. Isto também pode fazer com que ela se empenhe mais naquelas
atividades em que tem dificuldade. Aplicar corretamente a disciplina, sem
exageros, é um ponto positivo da teoria comportamentalista, afinal, necessitamos
de regras para conviver em sociedade. Cabe ao professor aprender a disciplinar
sem causar traumas e procurar aplicar em sala de aula apenas o que facilitará o
aprendizado de seus alunos.
Gostaria que se possível vocês me dissessem qual a semelhança entre ambas.
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