terça-feira, 18 de setembro de 2012



Existem diferenças óbvias entre a abordagem inatista-maturacionista e a comportamentalista. A primeira é genética e hereditária, ou seja, ocorreria de qualquer forma, independente do meio. A outra é induzida pelo ambiente; o mundo ao redor se torna o definidor do comportamento.
É possível encontrar fundamento em ambas, no entanto há certa rivalidade entre elas; para que uma teoria possa se tornar verídica a outra teria que ser “anulada”.
O inatista acredita que o ser já nasce pronto, com um “dom”, e busca trabalhar as aptidões dos alunos, destacando o talento nato, descobrindo as dificuldades, mas ao mesmo tempo desacredita que possa contribuir para o aprendizado das crianças que não possuem a carga genética necessária. O professor não consegue ver o estudante como um ser que está em constante mudança ou que possa aprender outras coisas além das que tem competência.
Por outro lado, o comportamentalismo ou behaviorismo é definido por John Broadus Watson, o pai desta teoria, como um ramo experimental e puramente objetivo da ciência natural. Sua meta é a previsão e o controle da conduta humana. Visa a doutrinação, usando estímulos, positivos ou negativos, para gerar respostas do individuo.  
Em sala de aula, a aplicação radical de uma dessas abordagens poderia ser fatídica e causar danos psicológicos aos alunos que dificilmente seriam superados.
O inatista pode ressaltar os “talentos” ou os “dons” dos alunos, mas inibe ou até mesmo impede que a criança se desenvolva nas modalidades em que têm mais dificuldade. O professor deixa de ajudar o aluno com algum bloqueio e se preocupa apenas com outros que tem “capacidade” de aprender, atrasando ainda mais o aprendizado da grande maioria. Por falta de incentivo em sala de aula o aprendiz acaba desistindo e abandona a escola.


Já o comportamentalista age inversamente, pois com seu tratamento rígido acaba bloqueando o estudante, que teme ser recriminado. O aluno passa a achar que deve corresponder às expectativas do mestre. A classe começa a caçoar dos que falham, cria-se rivalidade e competição entre eles, o que pode gerar a exclusão dos alunos “problemáticos”. Tentar manter a ordem através de uma metodologia ditatorial pode ser, nos dias de hoje, arriscado para o professor e toda a turma, além de ser um dos meios menos eficazes de guiá-los ao conhecimento. 
Porém, não existe apenas pontos negativos nessas teorias, há situações nas quais elas podem ser usadas positivamente, desde que corretamente aplicadas, ou seja, sem radicalismo. Apoiar uma criança em uma atividade na qual tem aptidão é essencial para que ela se sinta motivada a fazê-lo cada vez melhor. Isto também pode fazer com que ela se empenhe mais naquelas atividades em que tem dificuldade. Aplicar corretamente a disciplina, sem exageros, é um ponto positivo da teoria comportamentalista, afinal, necessitamos de regras para conviver em sociedade. Cabe ao professor aprender a disciplinar sem causar traumas e procurar aplicar em sala de aula apenas o que facilitará o aprendizado de seus alunos.



Um comentário:

  1. Gostaria que se possível vocês me dissessem qual a semelhança entre ambas.

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